Se você é disciplinada nos exercícios e na dieta, os suplementos ajudam a mudar o seu corpo. Mas tem que ser malhadora de carteirinha, do contrário, você pode engordar.
A estudante goiana Karine Paniagua, 30 anos, tem algo em comum com as paulistas Sandra Guardia, bancária, e Lili Vicente de Azevedo, arquiteta, ambas de 31 anos. Além de pertencerem a uma mesma geração de mulheres malhadoras, elas sabem que a conquista de um corpo forte, magro e definido vai além dos exercícios. Após alguns anos de convivência com professores e alunos nas academias que frequentam essas três mulheres, insatisfeitas com os resultados alcançados até então, resolveram investir em dieta e no uso de suplementos alimentares. Elas chegaram, assim, ao último estágio seguido por quem deseja tirar o máximo de proveito da atividade física sem ter de recorrer a drogas ilegais. No caso dessas mulheres, o objetivo foi atingido graças ao trio malhação, dieta e suplementação alimentar. Malhação para construir músculos e queimar gordura. Dieta para garantir alimentos que abasteçam o corpo de energia sem o risco de engordar. E suplementação para complementar a dieta ou fornecer a quantidade necessária de algum tipo de nutriente não obtido nas refeições. “Aposto na dieta e na suplementação há cerca de dez meses. Tenho 1,64 metro e pesava 57 quilos. Hoje peso 67 quilos de puro músculo e quase nada de gordura. Ganhei coxa, bunda e barriga delineada”, conta Sandra.
Lili foi pelo mesmo caminho. Ela, que mede 1,62 metro, ganhou cerca de 3 quilos de musculatura à medida que enxugava o excesso de gordura. Em dois anos, a arquiteta passou de 52 para 55 quilos, peso que mantém com bravura apostando em exercícios e num cardápio controlado. “Com a suplementação, consigo ter mais disposição para malhar. E se você malha e come corretamente, não tem erro”, diz Lili, satisfeita. Karine, que engravidou duas vezes em um curto espaço de tempo, queria mesmo perder os quilos extras sem se livrar dos músculos. “Alcancei essa meta em um ano. Tenho 1,66 metro e peso 54 quilos. Quando comecei a me cuidar após a segunda gravidez, pesava 70”, conta ela. Não é de hoje que a dobradinha malhação e dieta faz sucesso em academias e tem o apoio de médicos e demais especialistas que zelam pela saúde. Agora, o uso de suplementação alimentar não é exatamente um consenso e, quando recomendado, deve ser feito com restrições. Esses produtos só fazem sentido se associados a uma certa carga de exercícios. De nada adianta tomar baldes de proteína em pó ou carboidrato de rápida absorção para construir músculos se o esforço na academia é pífio ou se a dieta fica a desejar. “Se não houver uma demanda de energia que justifique a suplementação, há o risco de engordar e até de sobrecarregar o organismo”, diz Flávio Settanni, personal trainer de São Paulo. “Por outro lado, o uso de suplementos de proteína, por exemplo, é indicado se a aluna precisa de uma dose extra desse nutriente em algum período do dia e não tem como obter isso por meio da alimentação”, completa. Antes de virar o jogo, Sandra sentiu no corpo o que uma suplementação sem necessidade pode fazer. “Tomava um produto protéico que também tinha carboidrato. Mas, como minha carga de exercício não justificava isso, acabei inchando. Só reverti a situação depois de suspender esse suplemento”, conta.
Rotina de atleta: O perfil de uma consumidora voraz de suplementos é conhecido por nutricionistas e professores de academia. “São mulheres vaidosas e disciplinadas que querem ver mudanças rápidas no corpo. E, por apostarem nos resultados, são capazes de gastar até 600 reais mensais em proteínas e demais suplementos”, diz Claudia Hespanhol, personal trainer de São Paulo. Karine, Sandra e Lili se encaixam perfeitamente nessa descrição. Mas, no caso dessas três mulheres, a suplementação parece se justificar por causa da disciplina à mesa e na rotina de exercícios que elas fazem na semana. Karine pratica uma hora de musculação às terças, quartas e quintas. Às quintas, luta uma hora de boxe. Às sextas-feiras, ela faz 30 minutos de exercícios aeróbicos como esteira ou bicicleta ergométrica. Para segurar o pique, a estudante toma uma medida de proteína em pó antes e depois dos treinos, um comprimido de vitamina C e outro de E, que atuam no combate ao envelhecimento precoce do organismo, após o almoço e o jantar. À tarde, também consome uma cápsula de BCAA (sigla de Branch Chain Amino Acids), aminoácidos ramificados que formam as proteínas, uma das matérias-primas dos músculos. Quando tem que fazer uma rotina puxada de exercícios, Karine não abre mão de um produto à base de carboidrato antes da malhação. Sandra, que é casada com um personal trainer, pratica diariamente uma hora de aula de corrida na esteira e 30 minutos de circuito em aparelhos de musculação. De vez em quando, faz uma aula de step, axé ou spinning. A sua receita de resistência é: shake à base de proteína de soja para substituir o caféda- manhã e o jantar, duas cápsulas de fibras depois do almoço, antes do café-da-manhã e do jantar, três de BCAA à noite, dois comprimidos de um complexo vitamínico no café-da-manhã e no almoço, uma cápsula de um produto cujo princípio ativo principal é a vitamina C, três vezes ao dia. Lili é a mais comedida. Ela, que faz uma hora de musculação quatro vezes na semana e corre na esteira ou sobe escada durante 40 minutos, uma ou duas vezes, toma uma medida de um suplemento de proteína com redução de carboidratos após a atividade física e no lanche da tarde ou à noite. Na bolsa, carrega barras de proteína que fazem as vezes de um lanche rápido.
Por: Carlos Amoedo.
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